O
presente trabalho objetiva-se pela apresentação da síntese do artigo “Visão Analítica da Informática no Brasil:
a questão da formação do professor” dos autores VALENTE & ALMEIDA. Este
artigo aborda as temáticas da perspectiva histórica do uso de computadores na
educação e formação dos professores sobre esse uso.
Sua organização divide-se entre a
contextualização desse uso nos países França, Estados Unidos e Brasil e,
posteriormente, o aprofundamento sobre as perspectivas de formação dos
professores.
Inicialmente é feita a demonstração
sobre o processo de implementação dos computadores na educação nos Estados
Unidos e na França. Os dois países proporcionaram grande influência no Brasil,
mesmo que em cada um esse processo tenha acontecido de maneira diferente.
Nos Estados Unidos o uso do
computador ocorreu no princípio dos anos 70. Não há, nesse país, políticas
governamentais para essa área. O seu desenvolvimento e implementação se deu
pela competição entre mercados de produção de softwares para empresas,
Universidades e escolas.
As Universidades contribuíram para o
principio da utilização de computadores na educação, de modo que, os cursos buscavam
ferramentas mais tecnológicas para o desenvolvimento de pesquisas e
metodologias diferenciadas de ensino. Desta forma, ocorreu um processo de
criação e aperfeiçoamento de softwares, como os de instrução programada,
proposto por Skinner, a instrução auxiliada- CAI, a linguagem LOGO,
posteriormente, entre outros.
Com a criação de microcomputadores pela
Apple, na década de 80, teve-se a disseminação desses nas escolas, promovendo a
divulgação de novas modalidades de uso do computador como ferramenta no auxilio
na resolução de problemas, produção de textos, manipulação de dados, e controle
de processos em tempo real. Assim, o computador agregou a ideia de
complementação, aperfeiçoamento e mudança na qualidade da educação e a criação
de ambientes de aprendizagem.
Este processo de utilização de
computadores na educação americana tem esbarrado em questões fundamentais, de
forma que, as perspectivas de metodologias de educação não tem sido
modificadas, apesar da expressiva utilização de computadores em ambientes
universitários, por exemplo. Os professores não têm recebido formação e
aperfeiçoamento de sua prática, para que possam atuar em novas perspectivas, e
que possam ir além da simples metodologia da transmissão de conteúdos.
Na França esse processo ocorreu de
maneira diferente, de modo que teve-se um embasamento político, com a
preocupação de formação para o conhecimento e domínio na produção e utilização
de tecnologias.
Da mesma forma que em outros países,
no Brasil o avanço das tecnologias na educação ocorreu da sua utilização em
Universidades e cursos superiores. O país, entretanto, enfrentou algumas
dificuldades na utilização de tecnologias pela diferenciação existente entre a
formatação de seus países de origem, geralmente Estados Unidos, e as
características brasileiras.
As primeiras discussões sobre tecnologias em
ambientes educacionais ocorreram em 1981 na Universidade de Brasília e em 1982
na Universidade Federal da Bahia, resultando na organização do projeto EDUCOM.
Este foi o primeiro passo de estudo para o uso de tecnologias na educação,
priorizando a sua utilização no ensino público em nível de 2º grau. Foi gerado,
através desse, o desenvolvimento de softwares.
A finalidade colocada na utilização
desse projeto visava a constituição de novas perspectivas de educação;
facilitando a aprendizagem e garantindo autonomia ao aluno, que se relacionaria
diretamente com os computadores.
Os avanços com essa proposta, no
entanto, não atingiram o sistema educacional, colocando-se, ainda, a
necessidade de propostas para a implementação de tecnologias e para a
qualificação de professores para o seu uso.
A formação de professores para o uso
de tecnologias, tema central do artigo, é uma questão muito sensível nesse
processo. O programa FORMAR iniciou a sua construção, contudo, as
circunstâncias envolvidas atuavam como complicador. Primeiramente, tinha-se a
necessidade do afastamento do professor de suas atividades para a participação
dos cursos. Estes, por sua vez, estavam desconectados da realidade e, com isso,
não contribuíam para a reflexão desse professor sobre sua prática na ótica da
tecnologia.
Organizado em duas modalidades; o
FORMAR I E O FORMAR II, estes cursos permitiram a aquisição de conhecimentos para
profissionais que não possuíam noções nem iniciais sobre tecnologias e que com
a formação puderam, posteriormente, contribuir para a formação de outros
colegas. A participação de especialistas possibilitou, também, conhecimentos
múltiplos e variados, gerando conteúdos e metodologias que podem ser repassadas
para outros eventos e cursos na área de tecnologia da educação.
Desta
forma, o artigo demonstra a importância do desenvolvimento de políticas que
focalizem o uso de tecnologias na escola, principalmente, no que tange à
formação de professores para esse uso, umas vez que, esses profissionais
estarão envolvidos diretamente com os alunos e estará na sua responsabilidade a
qualidade do serviço prestado. Este serviço, no entanto, poderá ocorrer de
maneira ainda mais qualificada se contar com o apoio de recursos e políticas
que visem a melhoria no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.