O artigo
trata de um simpósio e apresenta considerações a respeito do uso e das
funcionalidades de ferramentas tecnológicas na educação. Inicialmente, comenta
sobre questões que norteiam o ensino público como a falta de qualidade na
estrutura e no serviço desprendido por alguns profissionais. Entretanto, ele
destaca também o trabalho de professores que atuam de maneira criativa em meio
às dificuldades.
Compondo um contexto histórico
acerca da Tecnologia Educacional o autor expõe o estudo produzido por Larry
Cuban, que analisou a introdução do rádio, filme, TV e computador nas escolas
norte- americanas. Este estudo demonstrou a ocorrência de ciclos, de modo que
as tecnologias são lançadas e há, posteriormente, a implementação de legislação
para o seu uso, a tentativa de utilização pelos professores até que tem-se a
produção de outra tecnologia que inicia um novo ciclo.
Desta forma, Cuban caracteriza esse
ciclo como insucesso e comenta a respeito de grandes esperanças na criação de
tecnologias para a educação. Cysneiros (1999) complementa essa constatação
revelando-a para o Brasil, marcado por uma história de insucessos também; com
políticas que não se completaram e propostas que não atingiram muitas escolas.
Finalizando a sua introdução, o
autor propõe o primeiro ponto de discussão que envolve-se com uma definição
dele, denominada “Inovação Conservadora”. Essa temática delineia-se sobre o uso
equivocado de ferramentas tecnológicas caras por funções que poderiam ser desempenhadas
por instrumentos mais simples, de modo que, não são explorados os recursos da
ferramenta e acaba por não atingir mudanças significativas no serviço da
escola.
A partir desse conceito é feito uma ponderação
sobre os fatos sequentes. Um exemplo muito pertinente é o uso de Power Point,
em que professores mal instruídos acabam por utilizar a tecnologia como
instrumento de continuação de modelos tradicionais, mesmo que sua metodologia aparente
ser tecnológica.
Esse
é um fato muito recorrente atualmente em escolas e Universidades. Segundo o
autor, a diferença está na intenção do profissional e na sua preocupação sobre
seus alunos, de modo que esse possa se relacionar no processo de ensino de
maneira mais participativa e não meramente passiva.
Outro
ponto de reflexão está na quantidade de informações que a internet possui. O
professor deve estar ciente da existência dessas informações, mas deverá
desempenhar um papel crítico e analítico a respeito da importância da sua
totalidade para o contexto educacional. O posicionamento crítico, nesse caso,
poderá distanciá-lo do que o autor chamou de “colonialismo cultural”, de modo
que não haja uma dominação dessas informações sobre os sujeitos que a acessam,
mas que o professor possa adaptar as necessidades de seu conteúdo e da
realidade da escola para apresentá-las aos seus alunos.
Como
último tema, o autor desenvolve uma discussão a respeito de uma concepção
fenomenológica da Tecnologia Educacional. Desta forma, é promovido uma análise
a respeito das relações entre o homem e o mundo através da máquina. Gera-se,
assim, “uma seleção de determinados aspectos da realidade, com ‘ampliações’ e
‘reduções’”, tornando a tecnologia como um instrumento de interferência
conceitual e que faz com que o indivíduo tenha uma nova experiência
intelectual.
Por
meio deste artigo o autor Cysneiros (1999) desenvolve reflexões importantes e
atuais, mesmo que seja um trabalho de quatorze anos. São levantas questões
pertinentes a respeito do uso de tecnologias na educação. As discussões expostas contribuem
para analisar o modo como essas ferramentas estão sendo utilizadas e são de
grande valia para a formação e qualificação dos profissionais da educação.